Limites para a Transparência

Em nossas relações interpessoais podemos nos questionar sobre o quanto devemos ser transparentes, inclusive com pessoas muito queridas, considerando que estas podem se mostrar, por vezes, magoadas com o que dissemos. Não há limites estabelecidos na manifestação do amor, da caridade, da benevolência. Mas há, sem dúvida, um limiar fundamental para a transparência, a partir do qual não estaremos mais instruindo e esclarecendo, mas criando atritos totalmente inúteis e dispensáveis.
No intuito de melhor auxiliar e servir àqueles que dividem conosco a jornada evolutiva, procuremos ser pedagógicos, o que vale mais do que sermos transparentes, não ignorando que o melhor educador é aquele que se faz melhor educando, pois, como reza o ditado budista, um sábio aprende mais com a pergunta de um tolo do que um tolo aprende com a resposta de um sábio.


Reflexão propiciada na palestra pública do Instituto Salto Quântico, em 24 de outubro de 2010.

“Seja Feita a Vossa Vontade”

Muitas vezes, as preces que dirigimos a DEUS mais parecem um conjunto de orientações sobre o que ELE deve fazer ao nosso respeito, como se o Criador não conhecesse cada uma de nossas reais necessidades e a melhor forma de atendê-las. Não oramos para que ELE nos ouça. Oramos para que possamos ouvi-l’O, a fim de estabelecer conexão com o Divino e, assim, melhor compreender e seguir os Seus Desígnios.
Um pai consciencioso não atenderia à criança que lhe pedisse para suspender o remédio amargo, pois sabe que este é essencial para o restabelecimento orgânico de seu filho. Não podemos esperar que o Ser Absoluto aja com menos lucidez. Na oração ensinada por Nosso Senhor Jesus, encontramos a orientação precisa para nos dirigirmos ao Pai Maior: “Seja Feita a Vossa Vontade.”

Reflexão propiciada na palestra pública do Instituto Salto Quântico, em 17 de outubro de 2010.

Espetáculos de Sangue e Dor

Jesus sendo cruelmente açoitado, pregado numa cruz; mártires do cristianismo queimados vivos ou sendo devorados por leões; santos estigmatizados, e missionários do bem vivendo em condições de torturantes privações. Estes são os recursos utilizados pela Providência Divina para tocar os corações de uma humanidade que somente se sensibiliza diante dos epetáculos de sangue e dor. A mensagem cristã não teria chegado aos nossos dias se o Divino Mestre não tivesse sofrido todos aqueles suplícios.

Reflitamos sobre esta mórbida atração, e busquemos, por todos os meios possíveis, canalizá-la para o melhor. A sintonia que devemos estabelecer não é com os os espetáculos dolorosos, mas com a sabedoria, a paz, a felicidade e o amor.

Reflexão propiciada na palestra pública do Instituto Salto Quântico em 10 de outubro de 2010.

O que se Quer de Nós

No século XIII, um religioso em prece, indagava a Jesus se não seria digno de padecer da agonia do Cristo em sua crucifixão. São Francisco de Assis, então, inaugura a Era dos estigmas de Nosso Senhor. Certamente, não era seu intuito fazer apologia à dor. Tinha o frade católico uma finalidade muito mais elevada. Pretendia dar testemunho de sua fé para que seus irmãos em humanidade pudessem ser salvos de suas posturas viciosas e cruéis.

Hoje, não se quer de nós que roguemos por dor e agonia para contribuirmos com a paz e a felicidade de nossos irmãos. O Mestre Jesus recomendou que amássemos uns aos outros. O que se quer de nós é a exemplificação do serviço ao próximo, do perdão das ofensas, do atendimento à voz da consciência. O que Eles querem é que sejamos felizes, ao promover a felicidade na vida de outras pessoas.

Se não seguimos esta recomendação, devemos nos preparar para o pior, porque a indiferença aos chamados de Deus, constitui uma verdadeira rogativa por desgraças sucessivas em nossas vidas, a fim de que possamos, finalmente, despertar para o nosso inexorável crescimento.

Reflexão propiciada na palestra pública do Instituto Salto Quântico em 3 de outubro de 2010.